quarta-feira, 25 de maio de 2011

E foi pelas privadas da vida que...

           
Descobri que gostava de decoração... de banheiros!!!! Tudo que gosto hoje se desenvolveu quando eu ainda era pequena, assim como o conto no texto anterior em que as cortinas brancas esvoaçando na janela me hipnotizaram, cada privada que eu visitava me dava mais vontade de visitar a próxima. Verdade!!!! Não é loucura! Era curiosidade!!!
Minha mãe cozinhava pessimamente mal, então meu pai pra não chegar do trabalho em casa e sempre encontrar aquele feijão com arroz, a matriculou em vários cursos de culinária. Sorte a minha, por duas razões: a primeira era que nós comíamos sempre as receitas maravilhosas da Dona Ofélia (risos) e a segunda, era que as aulas aconteciam sempre numa casa diferente, de acordo com a disponibilidade das alunas-donas-de-casa  [Eu adorava, porque era aí que começava minhas odisseias nos banheiros alheios].
Toda criança gosta de brincar, eu adorava! Mas quando se tratava de conhecer algo novo, esquecia qualquer travessura pra desvendar as novidades de um novo lugar. Pois foi assim que começou minha tara por banheiros. Adorava banheiros com box... Isso pra mim era novidade!!! Quando entrava em algum toalete que tinha uma cerâmica diferente, um azulejo com uma frescurinha me realizava! Lembro que certa vez entrei num banheiro de uma das amigas de minha mãe e fiquei pasma, além do box tinha uma bancada linda, com um espelho enorme. Passei quase uma hora “travessurando” lá dentro, abri as gavetas [não pra mexer nas coisas alheias], mas pra simplesmente ver como eles organizavam os elementos, onde colocavam as roupas sujas, as escovas de dente... Enfim ou por fim, sem me contentar peguei o lixeiro pra subir acima da bancada e ficar me olhando no espelho e num é que me desequilibrei e cai, fazendo um barulho danado...rs... Saiu todo mundo da cozinha querendo saber o que eu fazia e o que tinha feito aquele barulho... E vocês pensam que quando chegaram encontraram alguma bagunça??? Eu fui mais rápida que um D-flash e quando elas chegaram encontraram apenas aquela menina franzina, desconfiada e sem dizer uma palavra quanto aos questionamentos que me faziam.
Não sei se minha mãe ficou mais chateada pelo fato de ter feito travessura na frente das amigas dela ou se foi pelo fato de eu não dizer o que eu estava fazendo ali dentro... Mas as reclamações que eu ouvia nem me incomodavam porque quando eu chegava em casa ficava lembrando dos banheiros que via e imaginando como eles ficariam na minha antiga casa...